A importância da Neurociência para professoras e professores

As Funções Executivas são um grupo de habilidades dentro das Funções Cognitivas que auxiliam no processo de execução das tarefas e ajudam a focar, planejar e direcionar. Elas precisam ser desenvolvidas desde o nascimento para que atinjam a maturidade neural. De acordo com Piaget, todas as crianças passam por quatro estágios cognitivos mais ou menos na mesma idade, independentemente da cultura em que vivem. Nenhum estágio pode ser omitido, uma vez que as habilidades adquiridas em estágios anteriores são essenciais para os estágios seguintes. Esses estágios são: Sensório-motor (0 a 2 anos), Pré-operacional (2 a 7 anos), Operações concretas (7 a 11 anos) e Operações formais (11 anos em diante). Para ele, é importante relacionar a linha do tempo de desenvolvimento cognitivo com o desenvolvimento neural para identificar toda a integração das habilidades cognitivas.

Se um desses estágios não é desenvolvido, a criança acaba ficando com suas habilidades de aprendizado prejudicadas. E é aí que entra a importância de professores e professoras estarem capacitados (as) para detecção dos estágios não desenvolvidos e o desenvolvimento dessas habilidades. E como a neurociência pode ajudar? Ela é o caminho para que professores e professoras possam entender as funções das quatro partes do cérebro (frontal, temporal, occiptal e parietal) e como elas precisam atuar juntas para possibilitar o desenvolvimento de funções como pensamentos, estímulos auditivos, estímulos visuais que decodificam e classificam cores e a percepção de sensações como tato, dor, calor... Um professor com conhecimento sobre neurociência consegue perceber o rebaixamento dessas funções executivas e conduzir a escola e a família para um atendimento especializado, além de ser um aliado importante no processo do pleno desenvolvimento dessas habilidades de forma humanizada.

A condução de um especialista nesse processo de adaptação do desenvolvimento das habilidades prejudicadas por meio de novas sinapses é essencial. No entanto, sem a atuação de um educador devidamente capacitado para percepção, estímulo e desenvolvimento das funções executivas, dificilmente esse aluno será conduzido ao especialista e continuará acumulando dificuldades comportamentais e de aprendizado ao longo de sua jornada, trazendo sérios prejuízos à sua vida pessoal e profissional.