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A rigidez cognitiva

  • Foto do escritor: Silvana Pozzobon
    Silvana Pozzobon
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

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Frequentemente observada em indivíduos no espectro do autismo, refere-se à dificuldade em mudar o pensamento ou o foco de atenção de uma ideia, tarefa ou regra para outra. Essencialmente, é a dificuldade em ser flexível mentalmente.

É um aspecto central das funções executivas e manifesta-se como uma preferência intensa por rotinas, previsibilidade e consistência.

A rigidez cognitiva pode se manifestar de diversas formas no dia a dia:

* Aderência Estrita a Regras e Rotinas: Uma necessidade intensa de que as coisas permaneçam as mesmas. Mudanças inesperadas de planos, de ambiente ou na sequência de atividades podem gerar ansiedade e angústia significativas.

* Dificuldade com a Transferência de Conhecimento: Luta para aplicar uma habilidade aprendida em um contexto a uma situação ligeiramente diferente (generalização).

* Pensamento Literal e Concreto: Dificuldade em compreender metáforas, sarcasmo, ironia ou o duplo sentido de uma frase, resultando em uma interpretação rígida da linguagem.

* Intolerância à Incerteza: Preferência por atividades e temas familiares, e aversão a explorar o novo ou o inesperado.

* Interesses Restritos e Repetitivos (Hiperfoco): Foco intenso em alguns tópicos específicos, com dificuldade em desviar a atenção para outras áreas de interesse ou estudo.

Embora a rigidez cognitiva possa levar a desafios sociais e acadêmicos, como problemas na resolução de conflitos ou dificuldades em trabalhos em grupo, é importante notar que ela também pode ser uma fonte de força para o indivíduo. A atenção aos detalhes e a capacidade de seguir procedimentos podem ser valiosas em muitas áreas.

Estratégias para promover a flexibilidade incluem:

* Preparação e Previsibilidade: Usar apoios visuais (agendas, timetables) para comunicar as mudanças com antecedência, transformando a novidade em algo previsível.

* Ensino Direto de Flexibilidade: Usar jogos, histórias sociais ou exercícios de troca de tarefas para praticar a transição entre atividades de forma lúdica e estruturada.

* Enquadramento Positivo: Explicar que a flexibilidade é uma "superpotência" que ajuda a lidar com o inesperado, em vez de focar apenas na falha em se adaptar.

Reconhecer a rigidez cognitiva como uma característica neurológica, e não como uma teimosia, é o primeiro passo para desenvolver um ambiente de suporte que acomode e, ao mesmo tempo, treine a flexibilidade de maneira gentil e eficaz.

 
 
 

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Criado por Siomara Guzelotto e Luiza Guzelotto     

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