Nem toda dislexia se revela na leitura.
- Silvana Pozzobon
- há 5 dias
- 1 min de leitura

Às vezes, ela se esconde na escrita nas trocas, omissões e erros que parecem “desatenção”, mas não são.
É por isso que, quando a leitura está fluente, muitos profissionais e escolas descartam a hipótese… e o diagnóstico passa despercebido.
A verdade é que leitura e ortografia compartilham as mesmas bases cerebrais.
Mas enquanto a leitura pode ser compensada por estratégias visuais e de contexto, a escrita expõe o que o cérebro ainda não consolidou.
Estruturar avaliações que diferenciam dificuldade de dislexia integrando leitura, escrita e cognição de forma prática e segura é a forma sugerida pela ciência. É comum profissionais, escolas e família descartarem dislexia, porque associam o transtorno somente à leitura lenta e truncada. O Delphi Study (carroll et al., 2025) chegou a um consenso internacional: " Dificuldades em leitura fluente e na ortografia são marcadores centrais da dislexia em todas as línguas. " Isso significa que leitura e ortografia compartilham as mesmas bases cerebrais como a consciência fonológica, memória fonológica de curto prazo, integração fonema - grafema, acesso lexical rápido. Algumas crianças conseguem utilizar estratégias compensatórias na leitura como a utilização de contextos, memória visual e estratégias de análises mais global das palavras para ler. Mas, na escrita essas compensações não funcionam. É, por isso que a dislexia aparece com maior clareza na escrita. A dislexia não é só sobre ler devagar ou silabado, é sobre como o cérebro processa a linguagem escrita, seja na leitura, na ortografia ou em ambas.




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