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O nosso bem-estar é uma construção bioquímica, afetiva e simbólica.

  • Foto do escritor: Silvana Pozzobon
    Silvana Pozzobon
  • 19 de nov.
  • 2 min de leitura



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É como se o cérebro, esse maestro silencioso, regesse quatro grandes instrumentos: dopamina, serotonina, oxitocina e endorfina, cada um deles afinasse uma parte da nossa existência emocional, cognitiva e relacional.

Dopamina é o brilho da conquista. Não é sobre prazer vazio, mas sobre direção. Quando alcançamos um objetivo, mesmo pequeno, o cérebro nos recompensa com um “empurrão” que renova a motivação. Na vida pessoal e profissional, ela é quase uma bússola interna. Sem dopamina, nasce o cansaço existencial, aquela sensação de que nada faz sentido. É o hormônio que ajuda a costurar propósito com ação.


Serotonina é o eixo. O hormônio que organiza o humor e devolve clareza ao pensamento. Natureza, luz, rituais simples de presença, tudo isso estabiliza o sistema nervoso e reduz o caos interno. No campo psíquico, a serotonina permite que o sujeito sustente conflitos internos sem colapsar, algo decisivo para a vida profissional e para qualquer relação humana que exija maturidade.


Oxitocina é o laço. Não existe saúde mental sem vínculo. Esse hormônio, acionado pelo toque, pela proximidade afetiva, pela confiança e pela interação com quem nos faz bem, é literalmente um antídoto biológico contra o isolamento emocional.

No trabalho, ela transforma grupos em equipes. Na vida íntima, transforma presença em pertencimento.



Endorfina é o alívio. Ela suaviza dores, limpa ruídos emocionais e devolve leveza. Atividade física, riso, arte, música… tudo isso funciona como pequenas respirações da alma.

Quando não estimulamos endorfinas, carregamos tensões que parecem físicas, mas são também emocionais. um corpo que dói é, muitas vezes, uma psique que grita.


Agora, o ponto que costura tudo isso: Esses quatro hormônios não operam sozinhos. Eles criam uma espécie de ecologia emocional.

Quando equilibrados, o sujeito pensa melhor, sente melhor, decide melhor.

Quando desregulados, abre-se espaço para ansiedade, impulsividade, irritabilidade, procrastinação e até rompimentos afetivos e profissionais.


A vida moderna, rápida, exigente, hiperconectada, gera exatamente o contrário do que esse sistema precisa: luz artificial no lugar do sol, excesso de recompensa imediata, vínculos frágeis, pouco movimento, falta de pausa.

Por isso, cultivar esses hormônios é mais do que uma “dica de saúde”; é um ato político de cuidado.

É o sujeito dizendo ao próprio corpo: “Eu não vou viver no automático.”



 
 
 

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Criado por Siomara Guzelotto e Luiza Guzelotto     

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