Por que o cérebro com TDAH se cansa mais rápido?
- Silvana Pozzobon
- 19 de nov.
- 2 min de leitura

O cérebro trabalha em modo acelerado, o sistema nervoso de quem tem o TDAH funciona em alerta constante, processando vários estímulos ao mesmo tempo. Isso gera sobrecarga cognitiva e esgota a energia rapidamente.
A falta de dopamina gera mais esforço para se concentrar, como esse sistema químico/elétrico nessa condição de TDAH é desregulado, prejudica a comunicação eficiente entre os neurônios em circuitos cerebrais específicos, o que exige um esforço consciente maior para manter o foco. O funcionamento cerebral envolve a transmissão de sinais elétricos (impulsos nervosos) que, ao chegarem ao final do neurônio, desencadeiam a liberação de substâncias químicas chamadas neurotransmissores nas sinapses (espaços entre os neurônios). No TDAH, essa comunicação é ineficiente em áreas chave, como o córtex pré-frontal, gânglios da base e cerebelo.
Os principais neurotransmissores afetados são a dopamina e a noradrenalina. A desregulação ocorre da seguinte forma: Problema no Processamento/Recaptação: O cérebro de pessoas com TDAH pode não processar a dopamina tão bem quanto o de pessoas sem o transtorno. Isso pode envolver uma recaptação mais rápida ou um número insuficiente de receptores de dopamina, resultando em níveis mais baixos de dopamina disponíveis nas sinapses por tempo suficiente.
Dopamina Tônica vs. Fásica: Existe um desequilíbrio entre a dopamina tônica (nível de base constante, essencial para manter o estado de alerta e foco) e a dopamina fásica (picos rápidos em resposta a estímulos recompensadores). A ausência de dopamina tônica adequada faz com que o cérebro busque constantemente novidade e recompensas imediatas para obter picos fásicos, resultando em distração e impulsividade.
Comunicação Prejudicada: A deficiência ou disfunção na dopamina e noradrenalina no córtex pré-frontal, área responsável pelas funções executivas (planejamento, organização, controle de impulsos e atenção sustentada), torna a comunicação entre as células cerebrais menos eficiente.
Consequência para a Concentração é que essa disfunção neuroquímica/elétrica leva à dificuldade de modular a resposta aos estímulos. O cérebro tem dificuldade em filtrar estímulos irrelevantes e manter o foco na tarefa em questão. Para compensar essa ineficiência inata do sistema, o indivíduo com TDAH precisa empregar um esforço mental consciente e maior para se concentrar e sustentar a atenção, o que é frequentemente exaustivo e nem sempre eficaz.
Em resumo, a desregulação no TDAH não é a falta de produção, mas sim um mau funcionamento dos circuitos de recompensa e atenção que processam a dopamina e a noradrenalina, tornando a concentração uma tarefa árdua e exigente
Dificuldades para filtrar estímulos, o cérebro com TDAH não desliga com facilidade. Sons, luzes, pensamentos e emoções competem pela atenção o que drena a energia constantemente.
Hiperfoco também consome energia, durante este processo há um pico de atividade cerebral, quando termina vem a ressaca mental, comum em quem vive esse ciclo de imersão e exaustão.
Emoções intensas, outo cobranças, a autocrítica e a tentativa de dar conta de tudo aumenta o gasto emocional e físico, tornando o descanso ainda mais necessário
O cérebro com TDAH está sempre em modo “acelerado”: processa mais estímulos, gasta mais energia e precisa de mais esforço para manter o foco.
Esse cansaço não é preguiça, nem falta de vontade — é biológico.
Por isso, pausas, acolhimento e autocompaixão são tão importantes quanto produtividade.
Aprender a respeitar o próprio ritmo é parte essencial do cuidado com o TDAH.




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